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Sindienergia-RS projeta novo avanço das energias renováveis pós-covid-19

19/05/2020

O ano de 2020 será um hiato de perdas que precisam ser recuperadas ainda no segundo semestre para o crescimento em 2021, quando haverá um avanço exponencial da capacidade instalada das fontes renováveis, segundo Guilherme Sari, presidente do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS).

Ele lembra que o setor elétrico, no país, antes do covid-19, vinha em uma mudança “agressiva e drástica” de quantidade para disponibilidade horária, em que a fonte hidráulica estava diminuindo sua base na geração elétrica, com acréscimo significativo do segmento de fontes renováveis, a qual supria de forma significativa à demanda do setor, com destaque para a energia eólica, com mais de 15 GW instalados na matriz energética do Brasil.

Ocorre que em meio a essa mudança, a conjuntura acabou sendo alterada pela pandemia, originando uma recessão mundial cujo desfecho ainda é totalmente desconhecido para os investidores que estão apreensivos e inseguros sobre os caminhos a serem seguidos em seus novos ativos, acrescenta Sari.


Desafio

Pois foi justamente nesse período em que nasceu o Sindinenergia-RS, destaca Sari, para quem a nova entidade representa um grande desafio pelo fato de deixar de focar em uma fonte única, a energia eólica, para passar a agregar outros agentes de diferentes formatos de potência instalada e de investimentos. “Assim, será preciso fazer um entendimento de todas essas fontes a fim de criarmos um ambiente de negócios para representar e que dispõe de um alto potencial”.

Para Sari, o Covid-19 fez com que o ano de 2020 alterasse totalmente a previsão de crescimento e o cenário econômico e energético do país. Um ano que prometia ser diferente e que foi atropelado por um vírus altamente contagioso em escala global, fazendo com que os cenários econômicos mundiais fossem atingidos. “Somente em 2021, vamos poder recuperar essas perdas, quando será possível  aproveitar o momento em que o crescimento de investimento em renováveis  terá continuidade, junto com uma fonte de base, que deve ser a térmica a gás, dada a redução natural dos investimentos em hidroeletricidade de grande porte”, avalia.

“Temos esse desafio de aproveitar o momento e juntar todas essas fontes em um processo capaz de elevar a capacidade de geração do estado”, pontua o empresário ao lembrar que somente o setor eólico conta com 38 projetos, em diversos estágios de licenciamento ambiental que somam cerca de 7,3 mil MW em capacidade instalada, o que significaria quadruplicar o atual potencial de geração.

Janela de oportunidades

Ao avaliar os cenários do estado, o líder das energias renováveis do RS acredita que será preciso uma mobilização por parte dos empreendedores no sentido de não deixar passar em branco o que define como “uma janela de oportunidades”, que será sustentada por meio de uma nova infraestrutura de transmissão com capacidade de 4.940 MVA, 2.951 km de extensão, 10 novas subestações e ampliação de 13 unidades existentes, com cerca de R$ 5,4 bilhões em investimentos.

“Foi uma conquista em que a entidade teve um papel muito ativo depois da frustração com as obras do Lote A, em que a Eletrosul saiu vencedora, mas que não conseguiu realizar o empreendimento. Com uma conexão segura, o RS tem todas as condições de avançar na geração não somente da fonte eólica, mas também das pequenas centrais, solar, biomassa e biogás”.

Objetivos

Hoje, a matriz energética do Rio Grande do Sul  é formada por 76 parques eólicos que respondem por 22,4% de toda a capacidade de geração elétrica instalada no estado. O percentual só é menor do que a fonte hídrica que chega a 4,5 mil MW  correspondente a 55,5% do total.

“Nosso objetivo, entretanto, não será comparar fontes e seus percentuais e, sim, gerar mais energia a ponto de transformar o estado em exportador de energia, papel que ainda não desempenha”, conclui.

Fonte: Revista Modal